Falta de chuvas no Centro-Oeste está prejudicando a plantação de itens básicos da mesa dos brasileiros

Falta de chuvas no Centro-Oeste está prejudicando a plantação de itens básicos da mesa dos brasileiros

Com máquinas paradas e solo seco, produtores veem semeadura avançar menos que a média histórica; atraso ameaça calendário do milho e preocupa estados do Sul e Centro-Oeste.
A falta de chuvas no Centro-Oeste está prejudicando a plantação de itens básicos da mesa dos brasileiros.
No ano passado, nessa mesma época, quase metade da plantação dos produtores da região já estava semeada.
Produtor rural de Silvânia, Goiás, diz: “É uma angústia, que a gente fica assim, um investimento alto, né? Com os negócios tudo pronto, assim, adubo, semente, e não tem nada a ser feito.”

É a quantidade de chuva que define o ritmo do plantio. E como não está chovendo, as máquinas estão todas paradas. Os especialistas dizem que é preciso chover acima de 50 milímetros — e tem que ser uma chuva contínua — para que o solo fique úmido e aconteça a germinação das sementes.

Em uma propriedade em Bela Vista de Goiás, como a chuva foi irregular, as sementes continuam estocadas no barracão.
Um gerente de fazenda da região, afirma: “Ano passado, essa época, nós já tínhamos uma média de 650, 700 hectares plantados e com esse atraso de chuva então a gente não plantou nada ainda”.

Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em Goiás, só 29% das áreas foram semeadas até o fim de outubro. Nas cinco safras anteriores, a média foi de 48%. As plantadeiras também estão mais lentas em Mato Grosso do Sul. Produtores do Rio Grande do Sul estão preocupados.
A demora no início do plantio pode prejudicar o desenvolvimento da soja e atrasar outra lavoura que vai ser plantada logo em seguida.

Leonardo Machado, gerente institucional do Fortalecimento da Agropecuária-GO, explica: “O nível tecnológico da nossa agricultura fez com que o nosso sistema de produção fosse um processo industrial. A gente precisa ter prazos corretos de plantio e colheita para tudo se encaixar, dar certo e alcançar altas produtividades. Então, o produtor planta soja agora pensando numa colheita mais cedo para plantar o milho e esse milho não ter o risco de passar por seca.”
Mato Grosso, o maior produtor de soja do país, é o estado mais adiantado. As chuvas chegaram e as máquinas semearam 80% das áreas.

Leonardo Machado, gerente técnico do IFAG, complementa: “A expectativa é que a gente tenha novembro, dezembro e janeiro bem chuvoso. Então, o momento agora é olhar para o céu, né, observar como é que vai ser as condições de chuva para fazer um plantio seguro e torcer por bom desenvolvimento nas lavouras.”

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